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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

OPINIÃO DOS LEITORES: A celeuma provocada pela brutal diferença de 200% na taxa de Resíduos Sólidos Urbanos

Por: X. Frade (*)
Estivemos a ler a explicação de Mário Pereira (Esclarecimento do presidente da Câmara sobre o diferencial do preço na “Taxa de Resíduos Sólidos” cobrado pelas Câmaras de Alpiarça e Chamusca) sobre a celeuma provocada pela brutal diferença de 200% na taxa de Resíduos Sólidos Urbanos entre o município de Alpiarça e o município da Chamusca que nos merece algumas considerações. Esta questão foi levantada neste jornal por muitos cidadãos e levada à última reunião de câmara pelo munícipe Eduardo Costa que, em sede própria não obteve do presidente qualquer resposta, a não ser os conhecidos tiques nervosos de impaciência, conforme pode ser notado no vídeo da reunião.
Sobre o Ponto 1) não vamos tecer muitos comentários, já que, o que é ali focado nunca aqui neste jornal foi posto em causa. Foi até realçado, de modo inequívoco, de que o problema não estava no preço da água mas no preço dos Resíduos Sólidos Urbanos, uma receita dos municípios que é fixada pelos seus gestores. A explicação do presidente, que mais parece uma ladainha de carpideira, a repetir aquilo que temos lido na imprensa, lançado como propaganda pela empresa intermunicipal "Aguas do Ribatejo" não traz qualquer novidade. Nada a opor quanto à publicidade feita pela AR, como é evidente. Tanto mais que, cada empresa tem todo o direito de fazer a sua propaganda, como entende. Tratando-se de um Presidente de Câmara, as coisas já não são assim tão lineares e merecem, por isso, outra reflexão. Já que um presidente de câmara tem o dever de ouvir todos os cidadãos do seu município, analisar as várias situações, esclarecer e resolver com isenção os problemas que lhe são apresentados, de forma clara isenta e responsável. 
Não obstante, e por via das dúvidas, fomos reler todos os artigos e comentários publicados no Jornal Alpiarcense sobre o tema e, muito honestamente, não vislumbramos aqui qualquer referência ou afirmação de que a disparidade do TOTAL da factura (não do preço da água), entre o consumidor alpiarcense e o consumidor chamusquense se deva ao preço do precioso líquido. Todas as afirmações aqui produzidas apontam para o preço dos Resíduos Sólidos Urbanos e não para o preço do m3 da água ou tarifas fixas de água e saneamento. O discurso estafado do presidente pelos motivos expostos seria portanto dispensável. Bastava tão só dizer, com simplicidade e objectividade, o porquê da diferença de 200% que os alpiarcenses pagam a mais, de R.S. Urbanos relativamente aos R.S. Urbanos da Chamusca, ou… que cada um manda em sua casa e, o assunto estava arrumado. Temos a firme convicção de que a resposta hoje aqui reproduzida foi arrancada a ferros, por motivos que são óbvios. O presidente teve a oportunidade de arrumar o assunto na última reunião de câmara mas não o fez. Talvez por insegurança pessoal e assim ganhar tempo para pedir aconselhamento partidário superior de como lidar com a situação, perante um assunto tão delicado. No fundo, ficámos todos a saber o mesmo! Isto é, ficámos a saber, de modo “reforçado” que, a culpa de tudo de mau ou menos bom que aconteceu e acontece no município de Alpiarça se deve ao Partido Socialista ou ao governo central! O Partido Comunista e os seus representantes em Alpiarça, nada têm a ver com as trapalhadas, incúrias falhas e insucessos na governação do município nos últimos 40 anos.
Quanto ao assunto em questão, a culpa é da cobra, como diria o outro. Rever, renegociar o que está mal ou vai contra os munícipes consumidores e contribuintes…nem pensar! Só se passarem por cima dos seus cadáveres ou serem encostados à parede como no caso “IMI”.

(*) O colaborador e autor do texto está identificado perante o gestor do JA

1 comentário:

Anónimo disse...

Seria interessante abrir um espaço neste jornal, que não comentários directos no local (post) de esclarecimento do Presidente da Câmara, respeitando assim a sua vontade, onde pudessem ser livremente publicadas as opiniões do cidadão comum que, não vê necessidade de se identificar, porquanto a própria lei lhe confere o direito do voto directo e secreto nos mesmos eleitos, dispensando o embaraçoso sistema de braço no ar. O cidadão anónimo tem toda a legitimidade de criticar ou se manifestar sobre a opinião emitida nos meios de comunicação por qualquer figura pública, desde que o faça de modo civilizado e sem ofensas pessoais.
As figuras públicas, nomeadamente os políticos, pelo seu estatuto, estão sujeitas à crítica e ao escrutínio do cidadão comum e, quando adquirem esse estatuto devem ter consciência disso mesmo.