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domingo, 25 de janeiro de 2015

Este País é uma maleita

Por: Anabela Melão
Um País que deixa morrer um idoso num serviço de urgência escusa de se esconder atrás do factor inevitabilidade. Aos profissionais de saúde não pode exigir-se o dom divino de fazer milagres. Um idoso morrer na urgência sem ser visto por um médico é sempre uma indignidade. Uma indignidade extrema do Estado. Uma incompetência que vem de cima (não é aos médicos que se imputa a falta de recursos, pois não?). Bem pode o ministro escudar-se atrás de inquéritos supostamente abertospara apurar responsabilidades. Bem pode o Ministério da Saúde apontar o dedo à organização das escalas dos médicos. Há dados objetivos que explicam a anómala situação nas urgências. O Governo português, explicado assim mesmo, preto no branco, pela OCDE, cortou o dobro no financiamento do Serviço Nacional de Saúde do que era exigido no memorando de entendimento com a troika. Os cidadãos sem alternativa de outro sistema de saúde desesperam horas e horas a fio nas urgências dos hospitais públicos. Este país não é para maleitas. Este País é uma maleita. Macedo e Maria Luis são assim como que uma espécie de virus, bactérias. Não somos (apenas) números. 

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