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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Empresas vão ter de reembolsar mais de metade dos fundos comunitários


As empresas vão ter de reembolsar mais de metade dos fundos comunitários que vão ser atribuídos, disse à Lusa o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, assegurando que esta é uma boa forma de garantir a qualidade dos projetos.
A nova “cultura de atribuição dos fundos” passa pelos fundos reembolsáveis, o que Miguel Poiares Maduro considerou “muito importante” para os projetos empresariais “porque obriga as empresas a fazer uma ponderação mais adequada dos custos e benefícios” desses projetos.
“Se os empresários sabem que vão ter de reembolsar - apesar de ser a taxas de juro mínimas - os financiamentos que lhes são atribuídos, é óbvio que vão apresentar melhores projetos. É uma boa forma de garantir desde logo a qualidade dos projetos apresentados”, sublinhou, afirmando que esta medida “obriga a ter sucesso no projeto”.
O próximo ciclo de fundos comunitários, para o período entre 2014 e 2020 (Portugal 2020), privilegia o setor privado e vai canalizar cerca de seis mil milhões de euros, incluindo fundos agrícolas, para Pequenas e Médias Empresas (PME), segundo Poiares Maduro.
“Posso dizer que mais de metade dos apoios às empresas serão seguramente reembolsáveis”, assinalou.
Face ao atual QREN, o novo Portugal 2020 traz também mudanças no que diz respeito à simplificação dos processos de seleção, aprovação de candidaturas e pagamentos, nomeadamente com a introdução de custos de referência que permitirão diminuir a carga burocrática e evitar o desperdício de recursos públicos, destacou Poiares Maduro.
A adoção dos custos de referência permite, por exemplo, prescindir de determinadas faturas e evitar a “discriminação”: “nem todas as empresas têm a mesma máquina administrativa ao seu dispor. Se não simplificarmos a carga burocrática, é uma forma de discriminação”, argumentou o responsável da tutela dos fundos comunitários.
O governante frisou que o financiamento das empresas não vai ser feito por setores de atividade, mas sim por objetivos, privilegiando “projetos potenciadores da competitividade e internacionalização da economia, como ações coletivas de aumento da comercialização internacional de produtos, projetos inovadores” ou criação de unidades de investigação que serão abertos a todas as empresas.
No entanto, serão privilegiados os “projetos relacionados com área de bens ou serviços transacionáveis, ou seja com mais potencial exportador ou capacidade de substituir importações” serão privilegiados
O financiamento de resultados em detrimento dos projetos aplica-se também à área da formação, já que parte do financiamento vai depender a taxa de empregabilidade dos formandos.
O ministro sustentou que esta estratégia vai aumentar a qualidade da formação profissional, mas também “adequar melhor a formação às necessidades do mercado de trabalho”.
O Governo pretende também adotar mais transparência a nível da publicitação dos apoios concedidos, diminuir o número de entidades envolvidas no processo de decisão e impor prazos obrigatórios para a tomada de decisão.
Será também criada a figura do gestor de procedimento, um “ponto de contacto” entre o promotor do projeto” e todos os contactos com a administração pública.
«Lusa»

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