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quarta-feira, 14 de maio de 2014

ARTIGO DE OPINIÃO: Vai fazer sete anos…

Por: Octávio Augusto
Em plena pré-campanha para as Presidenciais de 1996, nas quais Jerónimo de Sousa se candidatou pela primeira vez, eu era o responsável pelo Departamento de Propaganda do PCP.
Nessa campanha introduzimos um conjunto de novos equipamentos de áudio e vídeo de suporte e apoio às iniciativas onde participava o candidato. Criámos igualmente uma equipa técnica de apoio, toda ela muito jovem e com pouca experiência nestas andanças.
Esse material e essa equipa teriam a sua estreia em Alpiarça.
Resolvi, acompanhado de mais dois camaradas do Departamento de Propaganda e de uma camarada que estava a trabalhar em Lisboa, mas que era Alpiarcense, pôr-me ao caminho e dar um pulo a Alpiarça. Assim veria com os meus olhos como as coisas iriam decorrer. (Ainda hoje mantenho este vício de procurar estar onde as coisas acontecem e conhecer aquilo que a natureza das minhas tarefas partidárias determina que deva conhecer em pormenor. Há quem lhe chame controlo… Eu chamo-lhe conhecimento e/ou contacto com a realidade).
A equipa e o material portaram-se lindamente.
A sessão com Jerónimo de Sousa no salão da sede do PCP, que estava a rebentar pelas costuras, não podia ter corrido melhor. Muito bom ambiente, elevada compreensão por parte dos presentes relativamente ao que estava em causa nestas eleições. Fiquei impressionado. Com o ambiente, com as pessoas.
Voltei a Alpiarça no dia 25 de Maio de 2007 para participar na reunião da Direcção Regional do PCP e a partir dessa data, assumir a responsabilidade pela organização partidária no distrito de Santarém.
Entrei em Alpiarça, vejo o Largo dos Águias, paro um pouco mais à frente. Já não tinha a certeza de qual era a rua que me levava à sede do PCP. Abro o vidro e pergunto a uma jovem – não tinha mais de 15 anos – qual era a rua onde ficava a sede do PCP…
PCP? Não estou a ver… aqui em Alpiarça? Não… aquela ali é a rua do Partido, agora do PCP não sei!..
Tive naquele momento a confirmação de que o meu Partido, “O Partido”, estava profundamente enraizado nesta Terra e que essa realidade passava de geração em geração.  
Começou a ganhar forma a minha “paixão” por Alpiarça, pelas suas gentes, pelos seus hábitos e costumes.
Fiz a minha estreia na miga fervida, no borrego à moda de Alpiarça e noutras iguarias e fiquei a saber que por aqui também se produzem tintos de alto gabarito e não apenas os famosos brancos, esses já meus conhecidos de outras andanças. Percebi que o melão de “Almeirim” afinal era de Alpiarça.