.

.

.

.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

"Qualidade dos partidos é baixa" por isso estão "desacreditados"


O antigo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, faz no passado  domingo, em entrevista à rádio TSF e Diário de Notícias, um diagnóstico negativo da política portuguesa, considerando que “o regime está desgastado” e os “partidos desacreditados”. Em causa está, na opinião de Rio, “a qualidade baixa dos partidos” e das instituições, desde “a Assembleia da República, ao Governo, tribunais, autarcas”.
“Temos as instituições a perder credibilidade. Não vou dizer que não têm nenhuma, mas estão profundamente abaladas no seu prestígio. A Assembleia da República, o Governo, os tribunais, os autarcas… Restava uma, (…) a Presidência da República [mas] hoje, já nem essa resta. Também era impossível permanecer sozinha como uma ilha num oceano.
A afirmação pertence ao social-democrata Rui Rio, antigo presidente da Câmara do Porto, que esclarece, porém, nesta entrevista ao programa ‘Estado da Nação’ da rádio TSF e Diário de Notícias, que ao dizê-lo refere-se “sempre às instituições”. “Quando digo Governo não falo deste primeiro-ministro, nem do anterior, nem do próximo, e quando digo Presidência da república não digo este Presidente”.
Com a crise, sustenta, “é evidente que tudo se degradou” e, avisa, “à medida que o tempo avança não podemos esperar que fique melhor, só podemos esperar que fique pior se não introduzirmos alterações”.
Rui Rio considera que atualmente “a qualidade dos partidos é baixa” e a “falta de credibilidade vai avançando”, o que “afasta as pessoas da política”. E, prossegue, “se a área de recrutamento é menor, é lógico que depois o output também é de pior qualidade. Se todo o país estivesse disponível para cargos políticos (…) podiam ser escolhidas pessoas sem qualidade mas, na média, o resultado seria muito superior ao afunilamento que existe hoje”.
“Era prestigiante ser deputado há 30 anos. Hoje, é quase desprestigiante ou anda lá próximo”, conclui o social-democrata, por muitos apontados como o sucessor de Passos na liderança do PSD.
Nesta entrevista, o ex-autarca da Invicta comenta também a possibilidade avançada por Durão Barroso de um candidato presidencial apoiado pelo arco da governação, PSD, PS e CDS, sustentando que “esse entendimento, dada a relevância do Presidente da República para este efeito, passasse por uma situação em que o candidato é comum, como foi o general Ramalho Eanes”.
“Não quero dizer que deve ser e tem de ser. Agora dentro daquilo que é forma como eu gostaria que fossem os próximos anos de reformas do regime cabe um Presidente com essas características”, comenta.
«NM»

Sem comentários: