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sábado, 26 de outubro de 2013

O Jornal clandestino ‘O Avante’ – Órgão Oficial do Partido Comunista Português

O jornal clandestino ‘O Avante’ , órgão oficial do clandestino Partido Comunista Português, de Novembro de 1973, dá-nos conta, numa pequena noticia, mas cheia de interesse e bastante significativa, de factos ocorridos na noite de 26 de Outubro de 1973.

Dizia assim a noticia: “…no dia 26-10, o cinema onde se deveria realizar a última sessão democrática estava rodeada de grande aparato policial. Aí se concentraram mais de 1000 pessoas que a seguir se dirigem para o centro da vila, numa manifestação de protestos gritando as consignas do Movimento Democrático.
No largo principal da vila, dezenas de polícias de choque chegados de camionetas investem contra os manifestantes, fazendo vários feridos. Durante a noite deram-se vários outros reencontros com as pessoas que continuavam a manifestar a sua indignação…”


Álvaro Brasileiro
Acrescenta o cronista (José Júlio Antunes) em tema separado quando da recolha da noticia:
“…Em 14 de Setembro de 1973 realizou-se no Cine-Teatro Virginia, o plenário distrital da Oposição Democrática, chamado de CDE, Comissão Democrática Eleitoral, e nele foi aprovado o manifesto dos candidatos numa lista composta por Álvaro Brasileiro (*), Arnaldo Santos, José Manuel Sampaio, João Madeira Lopes, Humberto Lopes, José Alves Pereira. Como suplentes: José Faustino Pinhão (*), José Fidalgo Pereira e Francklim Matos Torres. Todos eram residentes em diversas localidades do distrito. A campanha eleitoral desenrolou-se ao longo de três semanas com diversas sessões em vários locais do distrito. Mais de 160 sessões com diversos incidentes pelo meio! Estas eram vigiadas pela PIDE/DGS, Legião Portuguesa e presenciada por um oficial de polícia, fardado, colocado junto da mesa, que censurava os temas que podiam ou não ser tratados pelos oradores durante as sessões. Normalmente o tema guerra colonial era vetado. Lembro-me de ter assistido em Alpiarça a uma destas sessões, num armazém completamente cheio de um público entusiasta em que a voz do policia censor não foi suficiente para impedir a discussão de todos os temas e a distribuição de toda a propaganda. Esta sessão de Alpiarça foi histórica com milhares de pessoas, totalmente cercadas por forças da GNR fortemente armadas e com cães…”
(*) alpiarcenses
JA

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande Homem o senhor Álvaro Brasileiro, com quem privei algumas vezes e que muito me honta. Um exemplo para todos os comunistas e não comunistas.

Anónimo disse...

Grande Homem o senhor Álvaro Brasileiro, com quem privei algumas vezes e que muito me honra. Um exemplo para todos os comunistas e não comunistas.