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sábado, 28 de setembro de 2013

Falta de matéria-prima deixa indústria do tomate aquém da capacidade

A falta de matéria-prima para a indústria da transformação de tomate está a condicionar as fábricas, penalizando o rendimento dos agricultores e dos industriais, lamentou o secretário-geral da associação do setor, Miguel Cambezes.
A “culpa” foi da chuva tardia deste ano, que impediu as plantações na sua época habitual (final de março).
“Começámos com um atraso de três semanas e as temperaturas, que não foram as habituais, não ajudaram na maturação do fruto”, explicou o responsável da Associação dos Industriais de Tomate (AIT), caracterizando a campanha deste ano como “atípica e difícil”.
As fábricas ressentiram-se e estão a trabalhar abaixo da sua capacidade máxima de laboração, que seria, em condições normais, de sete dias por semana, 24 horas por dia.
Segundo Miguel Cambezes, Portugal devia estar a transformar, nesta época, entre 170 a 180 mil toneladas de tomate, mas não vai além das 115 a 120 mil toneladas por semana.
“Estamos claramente abaixo das nossas capacidades”, reforçou, estimando que o rendimento dos agricultores esteja 10% abaixo do que era expectável.
A quebra vai também refletir-se na indústria, embora o impacto dependa da duração da campanha.
“Nós desejamos que [a campanha] se prolongue até 10 de outubro, caso o tempo e a maturação do fruto o permitam”, sublinhou o secretário-geral da AIT, admitindo que as fábricas fiquem nesta campanha entre 10 a 15% aquém do seu plano de trabalho.
Miguel Cambezes acredita, no entanto, que esta redução não irá causar “uma mossa significativa” na imagem de credibilidade externa da indústria nacional de tomate transformado, que exporta 95% da sua produção.
“Claro que ficar abaixo do que se contratou não é agradável, mas (…) as condições climatéricas são comuns em toda a Europa, com exceção da Grécia e os nossos compradores estão cientes desta realidade”, justificou.
Portugal é o segundo maior exportador de tomate transformado, a seguir a Itália, processando anualmente 1.290.000 toneladas que representam um volume de negócios de 265 milhões de euros.
A Europa é o principal destino da produção nacional, seguindo-se o Japão, que representa 10% do total exportado.
«Lusa»

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