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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Autárquicas: PS quer travar euforia e pede só mais um único voto

Críticos acusam Seguro de "falta de ambição" e prometem pedir contas se partido não conseguir ter mais câmaras do que o PSD

António José Seguro já definiu a fronteira entre uma vitória e uma derrota nas eleições autárquicas do dia 29 de Setembro: "ganhar as eleições significa ter mais um voto do que o segundo partido". O secretário-geral do PS recusou traçar como meta ter mais câmaras que o PSD e os críticos da sua liderança acusam-no de "falta de ambição".
"É um erro. A questão é saber se ganhamos mais câmaras ou não e se ganhamos ou não a Associação Nacional de Municípios", diz ao i um dirigente do PS, alertando que o líder do partido está a preparar o partido "para um mau resultado".
A impopularidade do governo, devido às duras medidas de austeridade que está a aplicar, quase que obriga Seguro a vencer as eleições, mas no PS as contas fazem-se de outra maneira. A ausência dos candidatos que já cumpriram três mandatos (o PS abdicou de todos os autarcas dinossauros), as guerras internas que levaram os presidentes de câmara do PS a avançarem contra o partido ou a possibilidade de o PCP crescer são alguns dos factores que levam Seguro a não colocar a fasquia tão alta. "Isto não é tão simples quanto parece", diz ao i José Junqueiro, que se candidata à câmara de Viseu. O deputado socialista defende que é necessário "travar uma onda de euforia, porque as eleições só se ganham nas urnas".
Seguro já tinha assumido, na sua moção, que "não será tarefa fácil" ganhar as autárquicas, mas há quem já esteja a preparar-se para pedir contas se as coisas correrem mal. "Reclamo uma grandiosa vitória. Se assim não acontecer algo está mal e devemos reflectir", escreveu nas redes sociais André Figueiredo, o ex-secretário nacional adjunto nos tempos de José Sócrates.
O agora deputado do PS não tem dúvidas de que o PS só poderá cantar vitória se conseguir "mais freguesias, mais câmaras e mais votos do que em 2009". Nas últimas autárquicas, o PS teve mais votos que os sociais-democratas, mas conquistou menos sete câmaras, ou seja, 132.
Os críticos vão manter o silêncio até ao dia das eleições para não serem acusados de perturbar a campanha, mas estão atentos ao primeiro teste eleitoral de António José Seguro. "No dia 29 cá estarei para ajustar contas", diz um socialista, que prevê "um mau resultado pela forma como foi gerido o processo de escolha dos candidatos".
A preparação das autárquicas deixou feridas no PS e Marcelo Rebelo de Sousa, no seu habitual comentário de domingo na TVI, não deixou de frisar que o líder do PS está a "baixar as expectativas" e que será penalizado por "erros de orientação estratégica e na escolha dos candidatos". Uma crítica feita dentro e fora do partido.
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