.

.

.

.

terça-feira, 26 de março de 2013

Águas do Ribatejo: Tarifa Social, onde estás?


 Encontrámos hoje o senhor António, às voltas com uma série de facturas emitidas em seu nome pela empresa “Águas do Ribatejo”, referentes ao consumo do precioso líquido na habitação onde vive com a família. O homem bem metia os óculos…tirava os óculos…balbuciava… virava e revirava as folhas esperando encontrar ali, por entre os números, o tão merecido desconto da Tarifa Social que lhe prometeram mas… em vão. “Malandragem!...Há uma data de meses que entreguei a papelada e nada!”... Exclamava com tristeza. Tentámos perceber o que se passava e, com a calma exigida nestas situações, aconselhámos que visse bem as facturas, pois se não tinha ultrapassado os limites impostos (15 m3 mensais segundo a empresa) os apregoados descontos sociais estariam certamente por entre os escalões, deduções, subtotais, - +, 30 dias, 1º 2º 3º escalão, consumos estimados, consumos reais, saneamentos, quotas de serviço, contas de terceiros, TRH, Iva… Bom, só um génio em cálculo matemático e contabilístico poderia produzir uma obra exponencial desta envergadura! Einstein não teria feito melhor.

Bom, mas passemos aos factos utilizando uma aritmética simples para vermos até que ponto o senhor António, tem ou não razão para praguejar e chamar aqueles nomes “interessantes” aos responsáveis pela facturação da empresa “Águas do Ribatejo”.
Vamos tomar como exemplo prático, a última contagem do ano de 2012. (É importante sublinhar que o senhor António consome, de acordo com a contagem mensal que faz, em dias certos do mês, de 12 a 14 metros cúbicos mensais.)
Em 20.12.2012 - contado pela empresa : 235m3.
De 21.12.2012 a 20.01.2013 (Consumo por estimativa) : 1º escalão 5,2 m3
2º escalão 3,8m3 
Total: 9m3 (E este é o presente envenenado!) Porquê 9 m3 e não 12 ou 13m3 para uma estimativa correcta? Por que é aqui que as contas são baralhadas e confundidas propositada ou inocentemente.
Agora, vamos pegar nos 235m3 contados em 20 de Dezembro de 2012 e vamos ver o que marca o contador, hoje 25 de Março de 2013. Marca: 273 m3 (desprezando os submúltiplos).
Ora em contas simples, o senhor António, gastou em 3 meses (Janeiro, Fevereiro e Março de 2013: leitura actual 273m3 - 235m3 = 38m3 a dividir por 3 meses, o que dá a média referida pelo senhor António, ou seja: 12,5m3 mensais! O senhor António, parece-nos ter de facto razão. Está dentro dos parâmetros exigidos pela empresa para poder beneficiar da tarifa social.
E a pergunta que se coloca é: Então por que não é beneficiado?
Sabemos a resposta dada pelos serviços de Salvaterra de Magos mas, não o vamos dizer aqui.
É grave ou melhor, ingénuo demais, para o dizer publicamente.
Os responsáveis da empresa “Águas do Ribatejo” que expliquem como chegaram a esses resultados. Os consumidores interessados gostarão de saber.
O senhor António, tem uma facturação com anotação: Classe/Tipo de facturação “TARIFA.SOCIAL” escarrapachada. Consome em média 12,5m3 mensais e, todos os meses, procura em vão, por entre um emaranhado de letras e números, descontos sociais que lhe prometeram mas que, ninguém vislumbra.
Diz-nos gracejando, enquanto nos despedimos: “ Vejo bem descriminados os descontos da Tarifa Social na factura da electricidade, sim senhor… Agora os descontos da Tarifa Social da Água…só se estiverem escondidos dentro do contador TAGUS (marca de uma bicicleta que tive em rapaz!)

Repórter Y 

2 comentários:

Marisa da Silva disse...

Agora, vamos pegar nos 235m3 contados em 20 de Dezembro de 2012 e vamos ver o que marca o contador, hoje 25 de Março de 2013. Marca: 273 m3 (desprezando os submúltiplos).
Marisa da Silva (Facebook)

Anónimo disse...

Não percebi o sentido da citação isolada do seu contexto, desta comentarista. Pode desenvolver?
A diferença dos 5 dias na contagem, jogam mesmo assim, a favor do ponto de vista aqui defendido quanto ao consumo médio mensal, pelo que observo e, os "submúltiplos" julgo serem os cm3 que não são tidos em conta na contagem mensal, mesmo pela empresa.
É o que eu penso.
Por outro lado, sou de opinião que o consumidor deve estar atento a alguns pormenores de malabarismo táctico e aritmético que, como já foi provado, em alguns casos, entram fortemente no seu bolso.
Bastante conhecido e vulgar, é fazer uma contagem em baixa em determinado mês (por estimativa por exemplo) para no mês seguinte levar o consumidor a entrar no escalão seguinte, com as penalizações de custo que esse escalão implica, naturalmente. Tempos houve em que os serviços municipais de água, retiraram com este esquema, milhares de euros dos bolsos dos consumidores que, nem sonhavam como era feita a "marosca".

Carlos