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domingo, 28 de outubro de 2012

SAÚDE: O mês de Outubro é o mês internacional do Cancro da Mama

Por: Antonieta Dias (*)

O mês de Outubro é o mês internacional do Cancro da Mama. Trata-se de uma patologia que pelas suas característica gera um impacto negativo na vida da mulher, não só pela gravidade da doença em si, como pela consciencialização da transformação morfológica que pode vir a sofrer devido à abordagem terapêutica mais ou menos invasiva, que irá ser definida pelas recomendações preconizadas que no caso em apreço exige.
Estima-se que na Europa surjam todos os anos 430.000 novos casos e que uma em cada dez mulheres venha a desenvolver a doença antes dos 80 anos.
O cancro da mama é de etiologia desconhecida. Porém, existem alguns dados que indiciam que as contusões violentas na mama só por si, não são responsáveis pelo aparecimento da doença, porém exigem uma maior atenção e vigilância, que não pode em circunstância nenhuma ser desvalorizadas.
 Sempre que uma mulher sofre embates mamários de impacto intenso, deve ser observada e investigada periodicamente pela eventual perigosidade, que estes acidentes podem originar, sem contudo, esquecer de alertar a mulher para a necessidade de fazer uma palpação mamária mensal regular e para recorrer ao seu médico assistente se notar alterações no tecido mamário  habitual.
Convém ainda esclarecer que esta doença não é contagiosa, sendo que o contacto com estas doentes, não gera doença na outra pessoa.
Alguns estudos efectuados revelam a existência de alguns factores que evidenciam um risco aumentado de cancro da mama, que passamos a descrever:
1-Relativamente à idade da mulher a incidência do cancro da mama aumenta com a idade, sobretudo acima dos 60 anos (já na menopausa), em que as mulheres apresentam um risco mais elevado quando comparadas com as mulheres em idade fértil.
Quanto aos antecedentes pessoais, nas mulheres que tiveram cancro da mama(numa só mama) têm um risco aumentado de ter cancro na outra mama também.
Quando na história clínica revela antecedentes familiares, de cancro da mama, designadamente mãe, avós, tias ou irmãs, sobretudo se surgirem nas faixas etárias mais baixas (antes dos 40 anos), o risco de vir a desenvolver um cancro é ainda maior.
Importa, contudo referir que as alterações celulares no tecido mamário, como por exemplo a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in-situ, aumentam o risco de cancro da mama.
Nas mulheres submetidas a estudo genético, se o mesmo revelar a presença de certos genes como por exemplo(BRCA1, BRCA2), o risco também aumenta.
Relativamente aos genes, os estudos genéticos realizados nas famílias com antecedentes de cancro da mama, revelaram a presença de alterações genéticas específicas, pelo que se aconselha a realização dos testes genéticos de rastreio, nas mulheres cuja historia familiar é positiva para esta patologia, com o objectivo de minimizar o risco e fazer o diagnóstico precoce desta doença.
Outros estudos efectuados revelaram que a neoplasia da mama tem uma incidência maior na raça caucasina (brancas), quando comparadas, com mulheres africanas, ou asiáticas.
Relativamente à história ginecológica, os dados apontam para um maior risco em mulheres, cuja menarca (1.ª menstruação), foi precoce antes dos 12 anos de idade, nas mulheres que tiveram a  primeira gravidez depois dos 31 anos de idade, nas que tiveram uma menopausa tardia (depois dos 55 anos de idade), nas nulíparas (mulheres que nunca tiveram filhos), nas mulheres que durante a menopausa são submetidas a terapêutica hormonal de substituição( estrogénios, estrogénios e progesterona, por períodos iguais ou superiores a 5 anos e nas mulheres submetidas a radioterapia ao peito, sobretudo antes dos 30 anos, nomeadamente mulheres com linfoma de Hodking, havendo aqui um aumento ainda maior nas mulheres que fizeram tratamentos antes dos 30 anos.
Em termos morfológicos o risco também está aumentado em mulheres mais velhas com uma densidade mamária elevada para esta faixa etária, nas obesas, sendo este risco superior na pós-menopausa, devido a um aumento da gordura corporal(o tecido gordo produz mais estrogénios).
Alguns estudos revelaram ainda que as mulheres que aumentam de peso na pós menopausa, também têm uma incidência maior de cancro da mama.
Importa, ainda referir que as mulheres inactivas, isto é que não praticam qualquer actividade física e que ingerem bebidas alcoólicas em excesso têm também um risco aumentado de cancro da mama.
Em suma, alguns factores de risco podem ser modificáveis, a fim de evitar ou minimizar o aparecimento desta patologia, havendo por isso necessidade de implementar medidas antecipatórias, como sejam a adopção de estilos de vida saudáveis, o cumprimento de esquemas de prevenção protocolados de vigilância periódica (realização de ecografias/mamografias de controlo), a diminuição da ingestão de substâncias alimentares favorecedoras do excesso de peso, a implementação da pratica de exercício físico regular. Ensinar, estimular e motivar a mulher para a necessidade de fazer a palpação mamária de forma regular, sempre a seguir ao período menstrual (na idade fértil) ou no primeiro dia de cada mês quando já se encontram na menopausa, são aspectos importantes a desenvolver.
Apesar dos progressos no diagnóstico precoce e no tratamento adequado, a sobrevida após dez anos, ainda é de cinquenta por cento.
Calcula-se que nos países europeus, uma em cada onze mulheres virá a sofrer de neoplasia (cancro) da mama, o que determina um grave problema de saúde pública devido à frequência elevada e mortalidade desta doença.
A incidência da doença varia de país para país, sendo nos países industrializados mais elevada, calculando-se que seja de quatro por cento ao ano, e que atingem mais as mulheres acima dos cinquenta e cinco anos de idade (após a menopausa).
Para melhorar a sobrevida destas mulheres é necessário fazer a detecção precoce da doença e instituir tratamentos eficazes.
Compete aos profissionais da saúde estar mais atentos para os dois picos etários em que a incidência se revela mais elevada a qual abrange o grupo das mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 48 anos (1 em cada 4 casos ocorre nesta faixa etária) e no grupo dos 65 aos 75 anos (três quartos dos casos surgem neste grupo).
Por todas estas razões podemos concluir, que a prevenção, o diagnostico precoce e o tratamento atempado são determinantes para impedir ou minimizar os efeitos deletérios desta doença.
(`) Doutorada em medicina

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