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sexta-feira, 20 de abril de 2012

A "Exposição" vale o que vale e chega de politizar todas as iniciativas

Tretas, chavões, história contada com um filtro vermelho... !!!
Eu pertenço a uma família de gente que nada tinha, e muitas vezes quando os meus pais contavam a sua história de vida a pessoas mais chegadas vinham-lhes as lágrimas aos olhos.
A vida deles daria um bom argumento para um filme.
Essa família teve 3 filhos e a única pessoa que sustentava a casa, com o seu magro salário, era o meu falecido pai.
Para dar uma ideia do "alto salário" do meu pai, posso dizer que quando o meu irmão mais velho começou a trabalhar como operário na extinta ou moribunda Lisnave, ganhava mais que o meu pai.
Não se comiam bifes, não havia brinquedos no Natal, não havia consolas de jogos, não havia telemóveis e não frequentávamos discotecas (boites como se dizia na altura), bares ou cafés, mas fome não se passava.
O "fascista" (Salazar) controlava e subsidiava o preço do pão, e as energias que se gastavam permitiam que não tivéssemos de gastar dinheiro nos ginásios.
Não comíamos fast food, nem pizzas, nem "bolicaos". E não havia nem mesada nem semanada...
E, com uma economia férrea lá fomos vivendo, e essa racionalização do (pouco) dinheiro permitiu que os 3 filhos estudassem além da instrução primária.
No meu caso, quando chegou a altura do secundário, e contra a vontade dos meus pais, optei por fazer a escola comercial.
Há algumas coisas de que tenho a certeza em relação ao velho ensino: 
1- Ninguém passava sem saber
2- Os meus pais não iam pressionar, ofender ou agredir os professores por
algo que se tivesse passado na escola.
3- Quem saía dos ensinos técnicos vinha apto a trabalhar, e emprego não lhe faltava.
4- Se quisesse prosseguir os estudos para além dos complementares poderia prosseguir e ter o mesmo curso que o actual P.R. (Cavaco) e não seria considerado inferior em termos académicos.
5- As escolas eram credíveis e os cursos, fossem quais fossem, eram reconhecidos no mundo do trabalho como válidos.
6- As "Independente", ISLA, Lusófona, Católica e outras escolas para quem PAGUE ou pertença ao partido só existiram após o 25 de Abril.
Por isso, chega de diabolizar o que existia no Estado Novo e idolatrar o que apareceu pós 25 de Abril.
Nem antes era tudo mau, nem agora é tudo bom.
A história pode ser contada de diversas maneiras e ao gosto de cada um.A exposição vale o que vale e chega de politizar todas as iniciativas. 
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