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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Atraiçoar Abril

O 25 de Abril não terminou apenas com uma ditadura. Permitiu que o país fizesse a sua ‘convergência institucional’ com a Europa: na saúde, na educação, na segurança social. E, fatalmente, em subsídios, festas e festanças que governos sucessivos foram distribuindo por aí.
Claro que, no meio desta voragem, não houve político nativo que formulasse a pergunta fatal: como sustentar o crescimento imparável do Estado quando a economia era, desde 1974, e com um curto período de excepção (1986 – 1992), um caso crónico de atraso? O dinheiro de Bruxelas e o acesso ao crédito barato (com o euro) bastavam para continuar a festa. Não vale a pena comentar os resultados destas governanças. Excepto para dizer que não foi este governo que ‘atraiçoou’ Abril. Se existe uma traição, ela começou com as ‘elites’ democráticas do regime que nunca pensaram verdadeiramente na viabilidade do país – e, no limite, na sua sobrevivência económica e até política. Esta é uma história sem inocentes.
Fonte:«CM»
Enviado por um leitor

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