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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Não faz sentido" acabar com os feriados


O antigo presidente da República considera que não faz "sentido nenhum" acabar com o feriado do 5 de Outubro e 1º de Dezembro.
"Como socialista, laico e republicano dos sete costados, custa-me um bocado a engolir", sublinhou Mário Soares, à entrada para uma conferência sobre "A crise europeia e Portugal", promovida pela Fundação Inês de Castro.
Apesar de admitir que pode haver muitos feriados e pontes, o fundador do Partido Socialista acha que "não é por aí [extinção dos feriados] que se vai resolver os problemas do País".
O Governo vai propor aos parceiros sociais a eliminação do 05 de Outubro e do 1.º de Dezembro, da lista de feriados obrigatórios, anunciou hoje o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Álvaro
Santos Pereira adiantou que o Governo vai propor aos parceiros sociais a eliminação de igual número de feriados religiosos.
No 5 de Outubro celebra-se a Implantação da República e no 1.º de Dezembro a Restauração da Independência.
«DE»

2 comentários:

Anónimo disse...

A luta continua
Em Portugal, regra geral, não se discute nada. Qualquer discussão, seja qual for o assunto, fica sempre inquinada por meia dúzia de bandeiras – ou, pior, por preconceitos.
A retórica sindical, salvo uma ou outra excepção, não passa de um rol de lugares-comuns, as mesmas bandeiras ao ar e palavras de ordem gastas pelo tempo: fala-se como se falava vai para 40 anos. A greve, a maior arma dos sindicatos, é hoje uma banalidade - e, de tão utilizada, perdeu toda a eficácia e, principalmente, a importância. É pena que seja assim. Precisamos de sindicatos inteligentes e corajosos contra este ultraliberalismo que esmaga quem trabalha. A luta continua, mas já não é a mesma.
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Anónimo disse...

Galinhas versus idosos
A Comissão Europeia decidiu multar Portugal (e mais 12 estados) por maltratar galinhas, confinando-as a gaiolas sem condições. Lemos isto e ficamos a pensar no absurdo desta preocupação com maus-tratos a galinhas destinadas à panela, numa altura em que a crise na Europa agrava drasticamente as condições de vida dos cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis, perante a imperturbabilidade dos governos.
Vem isto a propósito das recentes notícias de idosos encontrados mortos, em completo abandono, nas suas casas em Lisboa. Só neste mês morreram na capital pelo menos 12, e o drama promete aumentar com a crise. Mas o problema do abandono é apenas um dos muitos com que se confrontam os idosos deste País, vistos pela sociedade como ‘excedentes’, e pelo Estado, e muitas vezes pelas próprias famílias, como um fardo que urge aliviar a qualquer custo.
Se, como já escrevemos, este País não é para jovens, muito menos é para velhos, que nem sequer podem emigrar… A quebra da qualidade de vida, que os atinge com particular dureza, desvalorizando o aumento da esperança de vida, é afinal reflexo do retrocesso civilizacional em curso numa Europa mergulhada numa crise que é também de valores.
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