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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MÉDICOS CUBANOS: Quatro mil alpiarcenses vão ficar sem médico

Os médicos cubanos que vieram para Portugal estão a preparar-se para abandonar o país. Os contratos de trabalho terminam no final deste mês, mas muitos já estão de férias e deixaram indicações de que já não deverão regressar aos centros de saúde.
Os 44 clínicos que chegaram em 2009 para colmatar a falta de profissionais foram colocados sobretudo no Alentejo e no Algarve, onde têm assegurado médico de família a mais de 70 mil pessoas.
Os centros de saúde ainda não receberam qualquer garantia do Ministério de Paulo Macedo de que estes profissionais serão substituídos ao abrigo do acordo entre Portugal e Cuba. Mas fonte oficial da tutela disse ao SOL que estes médicos só poderão regressar quando forem substituídos.
No Centro de Saúde de Alpiarça, em Santarém, os dois médicos estrangeiros que ali trabalham há mais de dois anos e meio estão de partida para Cuba. Os clínicos encontram-se de férias, mas informalmente já alertaram a direcção da unidade de saúde que vão abandonar o trabalho em Fevereiro. «A saída destes dois médicos vai deixar quatro mil utentes sem médico de família e fará toda a diferença no atendimento dos doentes», reconhece ao SOL Luísa Portugal, directora do agrupamento de centros de saúde da Lezíria II. «Vamos perder metade dos médicos naquele centro de saúde».
A responsável não tem nenhuma garantia de que os profissionais vão ser substituídos. Os clínicos, ao abrigo de um acordo entre o Governo português e o Estado cubano, têm contratos para trabalhar durante três anos. Cabe ao governo de Fidel Castro assegurar a sua substituição.
«Neste momento, dos 116 mil utentes, 30 mil não têm médico de família. E este cenário vai agora agravar-se», explica a médica, lembrando que a população está envelhecida e dispersa, tendo dificuldades de transporte para aceder aos cuidados. «Não tenho garantias de que serão substituídos, mas tenho essa convicção», remata.
Maior impacto no Alentejo
A debandada de médicos cubanos vai ter maior impacto no Alentejo. Mais de metade dos 44 clínicos que chegaram a Portugal em 2009 foram colocados nesta região, onde 40 ficaram a trabalhar e já estão integrados. Nos centros de saúde do litoral, há 14 cubanos, mas os seus responsáveis não foram informados oficialmente de que vão perder os profissionais e nada sabem também sobre a sua substituição. Isto apesar de já estarem a ser organizados entre colegas jantares de despedida.
«Oficialmente não tive qualquer informação, mas tenho conhecimento de que os contratos terminam agora» – afirma Paulo Espiga, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do litoral alentejano. «Os clínicos cubanos estão perfeitamente integrados e têm um desempenho em tudo equivalente aos nacionais», explica. «Cada um tem, em média, 1.800 utentes em lista. Por isso, a situação é preocupante», reconhece.
O responsável lamenta a perda destes profissionais, que tiveram formação e conhecem os seus doentes. E, apesar de não ter nenhuma informação da tutela, já começou a preparar um plano de emergência para reduzir o impacto destas saídas.
É que, mesmo que estes clínicos sejam substituídos por outros, vão ter de receber formação de quem já trabalha nas unidades. «Os clínicos cubanos chegaram ao centros em Setembro de 2009, mas no primeiro mês apenas assistiram a consultas. Em Outubro, deram consultas acompanhados por outros médicos e só em Novembro começaram a ganhar autonomia. Precisaram destes dois meses para se ambientar», lembra Paulo Espiga.
A mesma preocupação é sentida no Centro de Saúde de Ferreira do Alentejo, onde chegaram a trabalhar dois clínicos cubanos. «Um foi de férias em Agosto de 2010. Não voltou nem foi substituído», diz o responsável do centro de saúde, Jorge Santos. A única médica que ali se manteve já está a fazer as malas de regresso a casa. «A colega estava perfeitamente integrada. Foi de férias e sei apenas que não vai voltar», diz o médico. «A informação que nos chega é muito escassa e tem até características de algum secretismo», lamenta. «Não nos permite um planeamento atempado. Temos de dar resposta e não temos recursos».
Contactado pelo SOL, o gabinete de Paulo Macedo garante que todos estes médicos vão ser substituídos, mas admite que o processo pode demorar meses: «Estes médicos só poderão partir quando tiverem quem os substitua. São funcionários do Estado cubano e são estas as garantias deixadas».
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx


7 comentários:

Anónimo disse...

A presença destes médicos que agora se vão embora a Sónia Sanfona podemos agradecer. Quanto a Mário Pereira pouca ou nada fez para os manter por Alpiarça como não tomou medidas para os convencer a ficar ou outros para o substituírem.
Temos o que merecemos

Anónimo disse...

poque nao ir ter com o joao ozorio e manifestantes que na altura da sonia a acusaram de ser uma manobra politica ,agora tem bom remedio vao para a porta da camara fazer vigilias talvez os atendem.

Anónimo disse...

Tanto criticaram a Sanfona, quero ver agora como vão descalçar a bota.
Como se o Marito tivesse habilidade para trazer medicos para Alpiarça. Vai agora desculpar-se que é uma responsabilidade do governo.
Assim também eu sou presidente da Camara

Anónimo disse...

As criticas eram e continuam mais que válidas, o que interessa é sabermos que temos médicos disponíveis, outra é a prazo, que foi isso que supostamente a Snª Sónia tratou, não foi uma situação definitiva.
Os autarcas têm pouca decisão nessa matéria, se não contarem com o apoio da população, coisa que por Alpiarça se pode ver que falta.

Anónimo disse...

O que interessa é que a prazo ou definitivamente, seja como for, a população possa ter acesso a um médico, e foi isso que a vinda destes dois médicos veio permitir. Os médicos não veem definitivamente porque ou não são auficientes para todas as necessidades ou não de dedicam à medicina familiar ou ainda porque não querem deixar os grandes centros e assim, para resolver estes problemas necessitamos recuperar tempo na formação de novos médicos que demoram em média 10 anos a formar.`´E com esta realidade que estamos confrontados! A verdade é que a permanencia destes dois médicos em Alpiarça foi extremamente positiva para a população e não aconteceu noutros lugares onde também havia escassez, e continua a haver.Não acredito que tenham vindo para Alpiarça por mero acaso e se como diz o comentador anterior os autarcas não teem influencia nenhuma nestas coisas, então, naturalmente, e como todos já sabiamos, não vieram por influencia do Sr. Presidente...Era interessante saber como estariam alguns dos problemas de Alpiarça, designadamente este, se tivessemos a Sónia como presidente, mas infelizmente é coisa que jamais saberemos... Resta-nos fazer conjecturas!!!

Anónimo disse...

A Sónia Sanfona arranjou-os em campanha eleitoral, porque depois das eleições se não fosse o Mário Pereira e a Câmara Municipal de Alpiarça a pagar-lhes o alojamento e a criar-lhes condições para ficarem até agora, queria ver como era!!!
Disso ninguém fala, não é, meus senhores?
Uns aguentam com as despesas e os outros levam os louros. Assim é que é! Ah, valentes!!!!
E, continua-se a falar deste assunto, como se as pessoas não estivessem já fartas de saber como tudo se passou. Mas pronto, é preciso é falar, e mal, de preferência!

Anónimo disse...

Diz António Arnaut
“Se SNS deixar de existir, PS deve mudar de nome”
O histórico militante socialista António Arnaut desafiou na noite de sexta-feira o secretário geral do PS a defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), argumentando que se o SNS desaparecer o partido "deve mudar de nome"
"O nosso secretário geral ainda não se levantou para defender o SNS", disse António Arnaut, num debate sobre o tema promovido pela Federação Distrital de Coimbra do PS.
Segundo Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde, os partidos de direita "querem destruir o SNS ou ter um SNS para coitadinhos".
Alegou que sem Serviço Nacional de Saúde "não há democracia nem estado social" e que este só pode existir "se for universal, geral e gratuito".
"Se não houver, estamos perante uma democracia amputada e, nessa altura, o PS deve mudar de nome", afirmou.
Fonte:Jornal CM