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sábado, 19 de novembro de 2011

O Natal de 2011 vai ser o pior dos últimos 32 anos

A economia vai sofrer uma contracção real de 3% a 4% no último trimestre deste ano face a igual período de 2010, naquele que será o empobrecimento mais rápido e violento de que há registo.
Serão as famílias, por via de cortes a fundo no consumo, motivados pela nova taxa sobre os subsídios de Natal deste ano e pela falta de crédito bancário, que vão pagar a maior parte do ajustamento. O consumo das famílias vale cerca de 60% da riqueza total da economia.
Para que a recessão prevista pelo Governo e pela Comissão Europeia fique em 1,9% este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) terá de afundar entre 4,3% a 4,5% no último trimestre em termos homólogos. Se a recessão for mais leve, como dizem alguns gabinetes de estudos (que apontam para cerca de -1,6% em 2011), a quebra nos últimos quatro meses do ano terá de rondar os 3% a 3,3%. Em ambos os cenários, tratar-se-á do pior trimestre natalício desde que há registos (1979), mostram as séries do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ontem, o INE avançou com a primeira estimativa para o PIB do terceiro trimestre. De acordo com a contabilidade nacional, a riqueza caiu menos do que sugerem os cálculos da semana passada divulgados por Bruxelas. A Comissão fala num recuo de 2,6%, mas para o INE
Mas o pior, avisam os economistas ouvidos, é que será agora, no Natal, época em que muitas famílias abriam mais os cordões à bolsa por causa do 14º mês, que começa oficialmente a época da austeridade.
“Penso que a desaceleração a que assistimos até agora teve mais a ver com o problema do crédito bancário e que será a partir de agora, e em especial do Natal, que as pessoas começam a reagir à austeridade”, diz Filipe Garcia, presidente da consultora IMF - Informação de Mercados Financeiros. “A classe média vai receber menos dinheiro por causa da sobretaxa do subsídio de Natal e o facto de haver um enorme retracção na concessão de crédito também é determinante para que haja menos consumo”.
«DV«

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