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segunda-feira, 27 de junho de 2011

A “IMAGEM” DE PASSOS COELHO

Por: Anabela Melão

O Daniel Oliveira veio observar – e muito bem – que o Primeiro-Ministro até pode tentar fazer-nos crer que viajar em económica vai pôr as finanças do País em retoma. Uma chatice toda a gente saber que o governante, porque exerce essas funções e a TAP é uma empresa do Estado, nada paga. Ou seja, nós não pagamos o bilhete dele. Nem o de primeira nem o de económica. Passos Coelho apressou-se a dizer que a notícia não tinha saído do seu gabinete – apesar de o ter feito depois de toda a gente já saber disto. Ora, parece irrelevante que o PM viaje “em executiva, económica ou de trotinete”. O que realmente importa, diz o Daniel, é se governa bem ou mal. Muitos vieram logo defender Sua Excelência realçando que a “tal” decisão era apenas simbólica, mas que servia para alertar consciências e tal. Não necessariamente, digo eu. De nada nos serve ter um governo que viaja em económica mas depois desata a fazer privatizações a torto e a direito, a preço de saldo, derretendo o património do Estado, causando um rombo sem remédio nos cofres públicos, e enchendo os bolsos aos privados de sempre. De nada nos serve um governo com poucos ministros que implementa uma política de austeridade capaz de suscitar as mesmas dores e dissabores que a da Grécia? “Se Passos Coelho obrigar a banca a pagar tantos impostos como as outras empresas, se garantir que os trabalhadores são protegidos de quem se aproveita da crise para o abuso, se não entregar a Escola Pública e o Serviço Nacional de Saúde, que é de nós todos, aos apetites privados, se não vender ao desbarato o que pertence ao Estado, até pode viajar de Falcon que terá o meu aplauso. Se fizer o oposto, até pode ir a pé para Bruxelas que nem por isso merece o meu elogio. Se a esta decisão simbólica for acompanhada por uma verdadeira distribuição de sacrifícios, só pode merecer o meu respeito. Se não, é uma aldrabice.”

Veio também o Henrique Raposo comentar que achava bem e viagem em económica, como simbolismo. Que isto até conta, e muito, numa comunidade política”. Mas está à espera de confirmar se Passos terá mesmo força para lidar com o aparelho do PSD. Colocar o PSD na turística, sem atender às pressões dos “seus” boys, dos “seus” “yes man”. Ter apenas 4 ministros pode ser um ótimo sinal, mas nada mais. Vá lá saber-se como controlar os ímpetos dos deputados, a lembrarmo-nos daquele grupozinho que tanto estrebuchava para que fosse criado um "Centro para a Promoção e Valorização dos Bordados de Tibaldinho", a alimentar, of corse, pelo Orçamento de Estado. “Os luxos da classe executiva têm de ser retirados a esta gente. Ainda há muitos governos civis para extinguir.”

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre ouvi dizer que os exemplos vêm de cima, e até agora, e ao longo de 37 anos, não vi ninguém dessa classe a dá-los.
Quando alguém os dá, é logo acusado de demagogo
O ex-maoísta Pacheco Pereira ontem também criticou o Passos Coelho por viajar em económica.
É caso para utilizar uma frase atribuída a Mao Tsé Tung que dizia "quando o inimigo nos ataca, não é uma coisa má. É boa porque é sinal que estamos a incomodar.
No meu entender, quem ficou melindrado com a situação foram os apaniguados do anterior governo, e os militantes do "parlapié" onde incluo numa posição cimeira o Dr. P.Pereira.
Habituados a mordomias à conta do erário público, nunca lhes vi uma obra de sua iniciativa ou ouvi uma palavra em que questionassem a forma como eram gastos os dinheiros da comunidade.
Quem estiver atento e quem tiver interesse, se quiser fazer uma pesquisa na net das «Adjudicações sem concurso», verá que a poupança entre viajar em executiva ou económica, não é assim tão pequena.
Não são só os Ministros e Secretários de Estado que viajam...
São milhares de quadros de empresas públicas, universidades, organismos que se passeiam.Alguns deles, andam constantemente em viagem.
Dou-vos só 3 ou 4 chaves para pesquisa: Banco de Portugal, Infarmed, Universidade.
Se pesquisarem apenas VIAGEM, dar-vos à a maioria das viagens efectuadas e o total gasto.
Retirem a esse valor 30 ou 40 % (diferença de classe) e verão que a mensagem que o Passos Coelho quis passar não é assim tão descabida e inocente.
Acredito que virão medidas em que serei o primeiro a criticar o Governo de PPC, mas até agora não tenho nada a criticar.