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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Planos distritais de defesa contra incêndios devem ajudar a diminuir ignições, diz presidente da AFN

O presidente da Autoridade Florestal Nacional (AFN) disse ontem, em Santarém, esperar que os planos distritais para defesa da floresta contra incêndios possam ajudar a diminuir o número de ignições, que atinge as 22.000 por ano.
Amândio Torres presidiu hoje à abertura do Fórum Planos Distritais Defesa da Floresta Contra Incêndios, organizado pelo Governo Civil de Santarém e que visa a confrontação de experiências e permitir o levantamento de questões que, segundo a governadora civil Sónia Sanfona, possam ajudar a responder “às vicissitudes” que se colocam à floresta portuguesa.
Para o presidente da AFN, o número de ignições (incêndios deflagrados), apesar dos esforços feitos nesta área, “é revelador de que algo está mal”.
Sónia Sanfona disse à agência Lusa acreditar que, concluída que está a aprovação dos planos distritais, cuja elaboração se iniciou em 2009, será possível conseguir diminuir quer o número de ignições quer a área ardida em Portugal.
Frisando que, neste momento, o país está coberto por planos municipais e por planos distritais, colocados sob o “chapéu” do plano nacional, a governadora civil de Santarém afirmou que fazia todo o sentido proporcionar uma reflexão que envolva as várias entidades.
Na sua intervenção, Amândio Torres apelou a que o dinheiro disponível para o sector florestal no Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), 750 milhões de euros, seja investido na melhoria da gestão (com implicações na protecção) e na expansão da área produtiva.
Sublinhando que o sector florestal é exportador, sendo a importação residual, o presidente da AFN voltou a defender alterações às medidas florestais do Proder, de forma a que o país possa tirar proveito das verbas disponíveis para melhorar a gestão e expandir a área de produção.
Em particular, referiu o facto de o país dispor de 2 milhões de hectares abandonados “e que têm que ser aproveitados”.
O presidente da AFN disse à Lusa esperar que a avaliação intercalar do Proder possa “abrir uma janela de oportunidades”, nomeadamente criando um plano de gestão florestal mais simplificado para efeitos de investimento, diminuição da área mínima passível de investimento e simplificação dos procedimentos burocráticos.
Amândio Torres referiu que a portaria publicada depois do conjunto de propostas apresentado há um ano pela AFN trouxe já algumas melhorias, mas, disse, é possível ir mais longe.
No seu entender, é preciso não esquecer que a maioria da propriedade é privada e que é na estrutura minifundiária que se obtêm produtividades maiores.
No fórum que decorre em Santarém ao longo de todo o dia, estão a ser apresentados os planos distritais de defesa da floresta contra incêndios de Castelo Branco, Faro e Santarém.
Durante a tarde serão abordados temas como o papel dos governos civis, da GNR e da Autoridades Nacional de Protecção Civil, a proposta de Sistema de Informação Geográfica do Ministério da Administração Interna, estando ainda prevista a assinatura de protocolos entre o Instituto de Financiamento à Agricultura e Pescas (IFAP), AFN e governos civis.
«Público»

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