.

.

.

.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Alpiarça: «uma terra que está de rastos e de patanas

Ao dar um pequeno passeio pela zona pedonal da Barragem encontrei um amigo de infância e «colega de escola». Vive em França já vai para «algumas dezenas de anos» como já «vai para mais de doze anos» que não vinha à «nossa terra».
Estivemos quase duas horas a conversar. Como não podia deixar de ser perguntei-lhe o que encontrou de diferente em Alpiarça (quem está ausente muitos anos tem outra visão sobre aquilo que vemos todos os dias)
A resposta foi curta e objectiva: o que «sei sobre Alpiarça é aquilo que a família me transmite por telefone e aquilo que leio sobre o que aqui se passa ou acontece» quanto ao resto a «nossa terra está de rastos e de patanas» porque não «anda nem desanda», ou seja: «está uma m….».
Porque o momento era de nostalgia, para ele, olhou-me profundamente nos olhos e com uma pequena lágrima, acrescentou-me: «António, ainda bem que fui para a França quando era um rapaz porque se cá ficasse não teria possibilidades nenhuma de ter a vida que tenho em França e muito menos de dar uma bom futuro aos meus filhos nesta terra que me viu nascer mas que não passa da mesma “pasmaceira” que era quando fugi para a França».
Compreendi o meu amigo João Jacinto e tentei confortá-lo porque senti nele uma tristeza por causa desta «pasmaceira».
Perguntei-lhe ainda, segundo a sua óptica, qual seria a razão para o que pensava Respondeu-me que é «tudo por causa destes «políticos de caserna que não conseguem ver mais longe daquilo que estão habituados a ver» para acabar por me dizer: «não julgues que é só na nossa terra que há esta cambada de “sacanas”. Em França ainda é pior!»
Compreendi o que me queria dizer como entendi que em «França» os «políticos também são uma cambada de “sacanas» a diferença é que a França é a França e nós somos uns bananas governados por meia dúzia de sacanas.
De muitas outras coisas falamos mas o encontro teve que acabar.
Despedimo-nos com um forte abraço para o meu “velho companheiro de escola” me sussurrar ao ouvido: «António, não acredito muito que nos voltemos a encontrar mas quero voltar para debaixo da terra da minha terra porque acima de tudo gosto da nossa terra mesmo não prestando para nada».
Até um dia meu grande amigo!
A.C.

Sem comentários: