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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

“Alpiarça, uma referência patrimonial rica”

Vanda Luciano-Arqueóloga

Alpiarça, não é só conhecida pelo Republicano José Relvas, a nossa terra é conhecida por muito mais que isso.
Terra rica em património mostrou desde cedo o seu potencial, o pior é que só alguns académicos sabem sua importância. Isto porque há quem acredite que a salvaguarda do património se faz, calando as vozes que teimam em passar ás gerações vindouras esse conhecimento. Porque acreditam que os jovens irão destruir os sítios, pensando encontrar tesouros. Eu sou mais optimista e acredito que se não sensibilizarmos os nossos “alpiarçolhos” do património que temos, ele perder-se-á a longo prazo. A minha grande eterna luta vem nesse sentido.
Alpiarça é conhecida pelos académicos desde o Paleolítico, até ao Séc. XX, pelas mais diversas razões. No paleolítico é conhecida pelos terraços quaternários e pela imensidão de seixo talhado para o uso do homem paleolítico, no período do Bronze Final pelas urnas funerárias e a designada “cultura de Alpiarça”, no Período Romano pela associação com Móron, um aquartelamento Romano de Décimo Júnio Bruto. Estes são uns exemplos do que temos por aí. Enfim, a imensidão do património cultural, arqueológico e histórico, é como um “diamante em bruto” que precisa ser lapidado, aperfeiçoado.
Alpiarça pode viver do Turismo, do seu património e a custo zero, eu tenho uma série de ideias a esse respeito, enquanto arqueóloga, enquanto “alpiarçolha”, enquanto interessada na educação patrimonial (como mestranda). A escola devia ser o “veículo” de transmissão de conhecimento e criação de identidade dos residentes e naturais de Alpiarça e devia ser inserido em contexto de ensino e formação a questão patrimonial e cultural.
A carta arqueológica da nossa terra e as novas prospecções, bem como a preservação dos sítios deviam ser desde logo as primeiras coisas a serem feitas. Tem sido um orgulho enquanto aluna do Mestrado em Património Público, Arte e Museologia pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, falar do que me é tão querido e precioso, a minha herança cultural, que vou sem dúvida deixar á minha prol.

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