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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Alpiarça, terra “condenada” ao fracasso por causa da falta de iniciativa


Opinião

Alpiarça é uma terra “condenada” ao fracasso por via de falta de iniciativas dos políticos que geriram e gerem o destino da nossa terra.

Um fracasso vindo do passado que continua a manter-se para perdurar no futuro porque os nossos políticos teimam em ter “visão curta” contribuindo assim para que nada mude e tudo continue na mesma, excepto as pessoas.

Só estas mudam e só estas procuram o melhor caminho.

Vamos por partes:

Não existe duvida alguma que foram os comunistas que fizeram quase tudo o que Alpiarça tem.

Graças a eles temos um concelho que nos orgulha e que envergonha outros chamados de “ricos” ou desenvolvidos.

Também é verdade que os tempos eram outros.

A eles se deve a construção do Quartel dos Bombeiros; Barragem do Patudos, do Parque de Campismo; construção das Urbanizações dos 46 Fogos (antigo Eucaliptal) 20 Fogos (proximidade da Câmara; edifício da CGD, Redes de esgotos; criação e implantação da Zona Industrial; alcatroamento em quase todo o concelho, etc., etc.

Foram milhões de Euros gastos em obras feitas pelos antigos executivos da CDU e quase todas com a “prata da casa”.

Também é verdade que nunca foram apologistas da instalação de grandes investimentos (basta ler o Regulamento da Zona Industrial) na localidade como nunca foram, nem são, defensores do capitalismo e muito menos dos grandes investidores para a criação estrutural de forma a que o concelho saísse do” marasmo” em que se encontra.

Salvo raras excepções, faz parte dos princípios comunistas manter o “distanciamento” das chamadas «grandes riquezas» como dos grandes investidores.

Enquanto lá estiveram tudo fizeram para que Alpiarça tenha as condições e estruturas que tem actualmente.

Reconheça-se isto como uma verdade que não pode ser desmentida!

Mas também é verdade que depois de terem feito o que fizeram a CDU “estagnou no tempo” deixando assim de ter possibilidades de ir mais longe porque pouca coisa já havia para fazer.

Tanto estagnou que o tempo das iniciativas acabou no mandato de Raul Figueiredo.

Foi precisamente esta estagnação que permitiu a oposição comandada pelo “homem do Casalinho” criar um «contra-ataque» com uma estratégia bem definida para destronar a CDU da Câmara.

De tal forma planeada que a CDU passou a ser uma oposição sem qualquer voz activa que Rosa do Céu até se dava ao luxo de não informar os vereadores da CDU daquilo que entendia levar a efeito como omitir certos acontecimentos.

Os socialistas enveredaram pelo caminho que os comunistas nunca quiseram: a “aventura” e os investimentos como a «grande politica de investimentos».

O suficiente que os comunistas acusaram Rosa do Céu de ter criado uma “teia de interesses” que mais tarde tiveram de demonstrar que a teoria da “teia” e Rosa do Céu, incluindo familiares, mandar em tudo que era público como indirectamente noutras causas não correspondia à verdade - assim constou.

Uma “teia” que teima em continuar em Alpiarça.

Apenas com uma diferença:

Rosa Do Céu tinha tudo (entenda-se o que é publico ou associativo) sob seu controlo para agora serem os comunistas a controlarem a área associativa e outras mais, salvo a excepção da Fundação José Relvas, cuja administração teima em querer o «trigo separado do joio».

Mudaram as pessoas mas tudo continua na mesma. Só as pessoas é que são outras.

É assim no PS e assim continuará a ser quer no PCP, PSD ou outro qualquer partido.

Para que Alpiarça pudesse “mexer” Rosa do Céu formou um “equipa especial” e tudo começou a mexer.

Quem não se lembra de ver no centro de Alpiarça imensos forasteiros a passear por Alpiarça de “sandálias, calções e camisolas de cava”?

Olhavam para tudo e para todos de forma a conhecer o interior de Alpiarça; visitavam o comércio local ajudando este a sobreviver.

Alpiarça no Verão fazia lembrar as localidades do Litoral tal era a azáfama de forasteiros que nos visitavam.

Eram os utilizadores do Parque Municipal de Campismo.

Quem não se lembra do movimento que a Barragem dos Patudos tinha, com destaque para os fins-de-semana em que se juntavam campistas e outros visitantes?

Quem não se lembra das dezenas de pescadores que pescavam na Barragem e dos concursos que por ali se faziam?

Quem não se lembra das “centenas de pessoas” que domingo sim domingo não, nos visitavam quando vinham ver o futebol?

Quem não se lembra das dezenas de carros que estacionavam nas redondezas do “Campo de Futebol” para ver os jogos?

Agora nem futebol sénior temos (dirão: mas temos o Triatlo! Eu pergunto: que proveito traz para o Concelho ou que benefícios traz para Alpiarça?)

Quem não se lembra das provas desportivas que por aqui se realizavam?

Quem não se lembra das excursões que visitavam diáriamente a Reserva Natural do Cavalo do Sorraia e da projecção que foi feito a este espaço em termos de divulgação?

Os socialistas construíram o actual edifício da Câmara e a Biblioteca Municipal que deve ser um orgulho para todos os alpiarcense.

Os socialistas, comandados por Rosa do Céu, quer queiramos quer não, fizeram “mexer” Alpiarça e o concelho passou a ter outro movimento.

Porquê?

Porque Rosa do Céu era e é um homem de visão, mas acima de tudo «altamente ambicioso”.

Daqueles homens que “querem morrer de pé com as árvores”.

Como ambicioso que era e é, quis sempre mais ao ponto de quem se lhe atravessava no caminho ou não estava de acordo com as suas ideias, pura e simplesmente: saía do caminho ou era esmagado.

Aquilo em que acreditava e queria fazer, nada o impedia.

A sua pedalada era grande demais para quem andava devagar.

Daqui a razão de alguns que o acompanharam na partida terem sido dispersados ou “esmagados” para darem lugar a outros.

E agora o que temos?

Um Parque de Campismo a degradar-se e quase vazio; um restaurante (das piscinas) praticamente fechado com instalações a degradar; uma barragem para os alpiarcenses e mais alguns; Complexo Desportivo (Patudos) com quase nenhuma actividade; trilhos que serpenteiam o alto do Complexo completamente entregues ao abandono; uma “pista” de ciclismo que não é usada nem explorada; um “campo de futebol” que é um “mimo” mas sem actividade suficiente em relação à sua qualidade; uma Reserva Natural que mais parece um “matagal”; “Paul da Gouxa” que até mete medo lá ir; uma Zona Industrial em pleno declínio e mal conservada e outras situações que não vale a pena detalhar porque é de conhecimento de todos.

Na óptica politica de Rosa do Céu o importante era fazer obra. Para tal todos os meios eram permitidos.

Quem não defender estes princípios nunca irá longe porque lhe falta a ambição e foi a ambição que levou com que Rosa do Céu abandonasse o «pelotão a meio da etapa» porque sozinho queria ir mais longe em virtude das suas ambições politicas serem outras.

Como sabia o terreno que pisava quase conseguiu realizar os projectos que tinha em mente para engrandecer a sua terra.

E se não fez mais foi porque lhe surgiram pelo meio outros cargos que não quis recusar.

Se fez bem ou mal, o tempo se encarregará de mostrar.

Quem esteve a seu lado durante toda a “tormenta” recebeu como “prenda” a continuação do cargo e assim a vice-presidente Vanda Nunes passou a tomar conta da “Nau”.

Diga-se em abono da verdade, no curto espaço em que presidiu na autarquia, deixou trabalho e não se cansou de brindar os alpiarcenses com os mais diversos eventos.

Tudo que se apresente pelo meio e no espaço do tempo mais não são do que algumas “nódoas negras” que faz parte das jogadas dos políticos e da politica como servem para os opositores arremessarem algumas pedras de forma a incendiar os eleitores, mesmo acusando Rosa do Céu e Vanda Nunes de tudo e mais alguma coisa, para hoje sabermos que tudo não passou de “fumaça” (porque assim interessava se tivermos em atenção que toda esta situação aconteceu num período eleitoral).

Já no tempo dos socialistas a autarquia atravessava momentos de crise por causa da falta de verbas, mas diga-se em abono da verdade que muitos políticos sabem como arranjar verbas para «mostrarem obra» pouco se lhe importando que a autarquia a que presidem ande sempre sufocada por causa da falta de dinheiro.

Um presidente de Câmara que tiver medo ou que não seja “aventureiro” e que não tenha iniciativa ou se recuse a estar ao lado dos “capitalistas” ou dos grandes investidores o melhor que tem a fazer é “partir para outra” porque, pouco ou nada fará em beneficio do concelho que preside como contribuirá para a estagnação do seu desenvolvimento no futuro.

Não estou a defender o antigo autarca, que em abono da verdade não é pessoa com quem simpatizo politicamente e muito menos defendê-lo na “Praça Pública” porquanto até deveria ter razões suficientes para odiá-lo, mas entendo que o rancor e o ódio não nos leva a lado nenhum.

Isto não isenta que não possamos dar valor às pessoas quando o merecem como as elogiarmos quando for necessário.

Todos nós temos os nossos defeitos e as nossas virtudes.

Mas Rosa do Céu ou Vanda Nunes, se continuasse muita coisa poderiam fazer, ao contrário daquilo que por ai se apregoa porque as pessoas falam sem saber o que se passava nos “bastidores” já que projectos haviam muitos para fazer.

Não os realizou todos mas deixou obra feita: a Biblioteca Municipal e o edifício da Câmara.

Mas….também deixou como herança ao actual executivo da CDU uma divida de vários milhões de euros, e que “herança”.
E agora?

O que temos ou vamos ter ou…fazer?

Possivelmente nada!

Tudo me indica que vamos estagnar novamente no tempo ou talvez continuarmos assim até ao último mandato da CDU.

E quem deixou o “recado” que confirma o que digo, foi Mário Pereira, Presidente da Câmara que num semanário da região pode-se ler a seguinte “mensagem”:

“O orçamento deste ano (2010) e dos próximos também, fica muito marcado pelo plano de saneamento financeiro. Temos que liquidar as nossas dívidas e o orçamento fica muito condicionado por essa situação”, salientou o autarca realçando o corte de 304 mil euros que sofreram por parte do Governo ainda em 2010

O actual executivo comunista é composto por pessoas competentes e capazes de zelarem pelo concelho mas duvido que sejam capazes de construir algo que se veja ou permitir que grandes empreendedores aqui possam investir.

Para além dos “13 milhões” não vejo a tal ambição que é necessária nos políticos como não encontro sinais de algo que possa ser feito quer agora quer nos próximos mandatos – talvez por estar quase tudo feito.

Os comunistas têm uma visão diferente nesta área.

Construir duas «fiadas de tijolo» pintarem umas paredes, arranjarem uma parque de estacionamento com pouco mais de 100 metros quadrados, colocarem um “pórtico” no Parque do Carril e algumas festas já é algo de importante ou irem arranjar a zona envolvente do edifício da Câmara já é “obra feita”.

Na verdade para quem não tem dinheiro…é mesmo “obra feita”.

E o que isto ajuda no desenvolvimento ou crescimento do concelho?

Nada!

Alpiarça precisa de crescer e desenvolver-se mas tudo indica que dificilmente isto venha a acontecer.

Precisamos de um “milagre” ou de “milagreiros”.

Se o executivo da CDU pensa em cumprir o mandato todo a “apertar o cinto” e não parte para outra, bem….vai continuar tudo na mesma e vamos acabar mais estagnados do que no tempo de Raul Figueiredo pela simples razão que: agora pouco ou nada há para fazer de raiz.

Mas há muito por fazer na parte do investimento privado.

Aqui o executivo pode ter um papel importante se vier para o terreno e partir em busca dos tais “capitalistas” que os comunistas não gostam mas que na verdade muito podem ajudar Alpiarça a andar para a frente.

O contrário é Alpiarça “ficar parada no tempo” e isto é a “maldita” estagnação.

Não tenhamos dúvidas do seguinte: quanto mais tempo passar, pior será.

A não ser que possa surgir do anonimato outro homem, ou mulher, pronto para comandar mais um “ataque” como Rosa do Céu fez quando conseguiu juntar uma forte “equipa de pessoas” dos mais variados quadrantes políticos e sociais que todas em conjunto destronaram os homens da CDU.

Mas o “cerne da questão” não está nos socialistas, comunistas, sociais-democratas ou outros partidos.

Está sim, na falta de encontrar pessoas com capacidades empreendedoras para inverterem todo o exposto e dispostas a “darem um pouco de si mesmas” para a causa local.

E, agora muito sinceramente, pergunto aos alpiarcense e a todos que amam a nossa terra o seguinte:

Onde eles estão e quem são?

Onde encontrar uma pessoa com o espírito “aventureiro e empreendedor” como Rosa do Céu?

Das conversas que já levei a efeito com alguma pessoas que julgo serem “certas para o lugar certo” nenhuma está interessada. Argumentam que não precisam dos favores políticos e muitos menos querem «passar pela lama que enlameou os últimos executivos socialistas».

Mas conheço dois jovens na “casa dos quarenta” sem qualquer ideologia politica que estão interessados na «política local»

São ambiciosos e aguerridos para o combate.

Alpiarça precisa deste tipo de gente.

Vamos dar tempo ao tempo.

António Centeio

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu também conheço imensos jovens na casa dos quarenta e isso não diz absolutamente nada.

Anónimo disse...

Pois eu tenho uma opinião ligeiramente diferente. A CDU tem as pessoas certas mas no meu ponto de vista, estão nos sitios errados. Outros podem ter uma opinião diferente, mas sei do que falo.

Anónimo disse...

Se o Rosa do Céu é tão bom, porque se foi embora e deixou as divídas para os outros pagarem? Devia ter ficado e arranjar maneira de as liquidar, se não todas pelo menos as que autorizou. É o tal ditado "com as calças do meu pai sou um ganda home".

Anónimo disse...

Estou em boa parte de acordo com o Centeio, sei que tem razões de sobra para odiar o "Quim Luís", mas no entanto defende o que no seu entender o "socialista" fez de bom.
Mas esta visão que o António Centeio tem, têm-na outras pessoas que nunca estiveram ao correntes da dimensão da dívida da câmara e que não sabem que foi por causa da dívida incontrolável precisamente que o "Quim Luis" saiu de cena.
Embora pareça que um presidente de câmara pode fazer o que quer, gastar o que quer e empregar o dinheiro onde bem lhe apetecer, as coisas não são assim. Há limites ao endividamento e mesmo as obras comparticipadas pelos fundos comunitários são discutidas a nível das Associações de Municípios a nível regional (a nossa é a CULT)e muitas vezes as obras que são feitas são-no porque interessa ao lobie da construção civil fazê-las.
Vejamos o nosso caso da Biblioteca Municipal e do Parque Automóvel Subterrâneo, porque teria sido construído em Alpiarça? Quem foi a empresa vencedora? Justificar-se ia uma cave para carros? Claro que não. Havia terrenos nas redondezas para albergar todos os carros do centro cívico e muitos mais.
MAS e há sempre um MAS.
A Conegil (a empresa construtora), pertencia ao grupo HLC, o célebre grupo ligado ao PS, ao professor de Sócrates que lhe "deu" a licenciatura em eng.ª civil e ao tempo da governação de Guterres "agarrava" tudo o que era construção civil: desde quarteis da GNR, estações de tratamento de lixos, parques automóveis etc. Funcionava com um grupo restrito de técnicos e contratava as obras a sub-empreiteiros. Quando Guterres sai de cena, acabaram-se os milhões e a Conegil faliu e as obras em curso tiveram de ser acabadas por outros e ainda hoje estão por acabar de pagar. Quem não sabe desconhece que Parque Subterrâneo, Biblioteca Municipal, Ponte dos Alpiarçoilos, Relvado Sintético, Loja dos Patudos, Praça Velha, Paços do Concelho, Pavilhão na Feira, limpeza da Vala e outras obras AINDA NÃO ESTÃO TOTALMENTE PAGAS e veja-se aos anos que foram acabadas.
Assim é fácil fazer obra.
A CDU fala de dívidas, mas no meu entender devia falar mais!!!

Anónimo disse...

Se fosse como diz o Centeio o Rosa do Céu fazia mais um mandato e concluía o que faltou concluir não deixava obra a meio. Podemos até notar um certa inércia na CDU não duvido que há inércia, mas como diz e bem o Centeio isto ainda está pior que no tempo do Raul Figueiredo é que agora não há dinheiro nem capacidade para o ir buscar e no tempo a seguir ao Figueiredo houve muitos milhões para ir buscar...
Agora está mau o concelho e está ainda pior o país!

Anónimo disse...

Na verdade, somos um tipo de gente, os alpiarcenses: uns bananas, governados por uma cambada de “sacanas” (citando um rei que tivemos e sem ofensa para os visados. Entenda-se esta frase com uma forma de expressão) que ninguém é capaz de contra-argumentar ou desmentir aquilo o que aqui se pode ler.

Anónimo disse...

Ao ler um artigo de opinião tão extenso, esperava francamente, ficar com uma ideia muito mais clara acerca das políticas e dos políticos que conduziram Alpiarça nas últimas duas décadas. Mas, não. Fiquei ainda mais baralhado.
Uns fizeram… outros fizeram. Mas uns foram mais arrojados que outros...
A verdade, verdadinha é que ser "arrojado", fazer grandes obras para que outros paguem e “dar de fróis” em seguida, quando as grandes dívidas começam a aparecer, não me parece ser uma atitude minimamente honesta, para não usar outro termo.
Deixar chegar a Câmara Municipal ao ponto de não ter assessoria jurídica por falta de pagamento aos profissionais do Foro; de usar estratagemas vários, tais como recursos a tribunal para protelar pagamentos e não cumprir os compromissos assumidos com as várias empresas de construção, também não me parece honesto.
E poderá pôr-se a hipótese de ter a Câmara Municipal, gerida pelos socialistas, alguma razão à época para recorrer à Justiça.
Posteriormente, já na altura deste mandato CDU, é a própria Justiça que dá razão às empresas de construção (inclusa a cooperativa de construção local Planotejo, já falida) condenando a Câmara Municipal de Alpiarça a pagar as dívidas contestadas, mais juros!
Ora, como é que vamos classificar as pessoas que foram responsáveis por estas e outras palhaçadas que dispenso mencionar por serem do domínio público?
Haja frontalidade e sentido crítico para falar daquilo que é óbvio.

Fernando Soares