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sábado, 27 de fevereiro de 2010

AS HOMENAGENS QUE A CDU PRETENDE FAZER MAIS NÃO SÃO QUE "INTERESSES POLITICOS"







«Uma forma de honrar e homenagear a História e os seus protagonistas é o reconhecimento público da sua luta e do seu papel determinante nos ideais consubstanciados na revolução do 25 de Abril». Não tenho duvidas que assim deve ser feito» mas não deixo de criticar os interesses políticos que se encontram na proposta da CDU que foi apresentada na última Assembleia Municipal.
Dos nomes que constam quanto a homenagear merece-me uma forte critica a homenagem a Carlos Pinhão.
Transcrevo parte do teor da moção:
«Carlos Augusto Pinhão Correia, nascido a 22 de Março de 1926. Membro dos corpos sociais da Sociedade Filarmónica Alpiarcense e do Clube Desportivo “Os Águias” é um dos grandes impulsionadores em 1945, do MUD Juvenil (Movimento de Unidade Democrática) em Alpiarça. Adere ao PCP em 1946, com apenas 20 anos. É detido pela primeira vez em 28 de Julho de 1947, tendo voltado a ser preso em 1950 e 1958. De volta à liberdade, vive na clandestinidade, até 1972. Ainda na década de 70 parte para o exílio em França. Foi o 1º Presidente da Comissão Administrativa que regeu os destinos do concelho de Alpiarça após a Revolução de Abril. Foi deputado na I legislatura, entre 1976 e 1980, eleito pelo círculo eleitoral de Santarém, pelo PCP. Faleceu a 17 de Agosto de 1995».
Homem que conheci e com quem convivi pessoalmente durante alguns anos, merecendo-me todo o respeito e consideração o seu percurso pessoal e politico, mas de ser um grande “politico” até merecer uma homenagem publica vai uma grande distância.
Carlos Pinhão pouco ou nada fez por Alpiarça. Para ser “Figura Publica” muita coisa lhe faltou como faltou a Zeca Pinhão porque foram duas figuras alpiarcenses que em nada se destacaram por Alpiarça. Viveram sim sempre na obscuridade da política e no silêncio da noite. Tiverem apenas em comum, para além de familiares serem pequenos sócios de uma empresa que comercializava vinho onde até nesta Carlos Pinhão encontrou toda a espécie de dificuldades por parte de camaradas seus.
Daqui a homenagem ser tudo menos um reconhecimento dos alpiarcenses para um grande alpiarcense.
Existe sim por detrás desta proposta apenas hipocrisia e oportunismo politico para fazerem de Carlos Pinhão um “Grande Alpiarcense” quando na verdade tudo demonstra o contrário, excepto a sua entrega para com o Partido Comunista Português, partido este que nem sempre o tratou bem como algumas vezes o ignorou para não dizer “desprezado”.
Esquecem-se os autores das proposta que Carlos Pinhão foi «desterrado» para os confins do Nordeste Transmontano como quando esteve «fugido» em França os seus camaradas o ignoraram para além de não o apoiarem em nada levando a que Carlos Pinhão tivesse passado imensas necessidades valendo-lhe na sua sobrevivência outro alpiarcense (que estava em França) que o ajudou monetariamente para poder sobreviver e alimentar-se.
Curiosamente este alpiarcense que ajudou e critica o sistema comunista por ter «abandonado o camarada Carlos Pinhão» encontra-se bem presente em Alpiarça e por acaso até é deputado de um partido com assento na Assembleia Municipal de Alpiarça que agora vê com alguma hipocrisia esta distinção.
Na realidade não haverão outros alpiarcenses que mereçam uma digna homenagem pelo que fizeram por Alpiarça?
Parece que estas homenagens que a CDU vai levar a e efeito mais não é, que: dirigida aos seus militantes que pouco ou nada fizeram por Alpiarça exceptuando-se o campo da politica que mesmo assim em nada beneficiou Alpiarça.
Esta situação faz-me lembrar quando Marques Pais, então vereador do PS, e por razões que nunca apurei até hoje lembrou-se de condecorar a torto e a direito pessoas com medalhas (pagas pela Câmara) mas que nada fizerem por Alpiarça (excepto meterem dinheiro ao bolso) para hoje metade dos condecorados estarem na falência ou nem sequer já estarem implantados empresarialmente em Alpiarça.
No meu ponto de vista da lista proposta pela CDU apenas dois nomes merecem ser homenageados: Álvaro Favas Brasileiro, porque foi um ilustre deputado e que defendeu sempre o interesse da sua região, destacando-se os vários requerimentos que apresentou na Assembleia da República para beneficiar outros concelhos, nomeadamente Rio Maior onde o seu nome foi proposto em Assembleia Municipal deste concelho para ser colocado numa rua por causa de tudo o que fez por Rio Maior (a constituição da Cooperativa das “Salinas” e a defesa dos Eucaliptos) e António Malaquias Abalada, vulgo “Borlota” que desempenhou também o cargo de Deputado na A.R. com zelo e defesa da sua terra.
Homenagear pessoas requer justiça e igualdade, mas acima de tudo «reconhecimento pelo trabalho que fizeram em prol» da sua terra e nunca por mediatismos políticos ou para destaque de pessoas que procuram a todo o custo protagonismo a título pessoal nas cúpulas locais do partido a que pertencem.

S.Simões

6 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão este comentarista. Por esta ordem de ideias então também tem todo o direito de ser homenageados: os “Barbodes”, os “Balaricos”, o “Fora-Figos” e outros mais porque não foram pessoas que não se destacaram na politica e no oportunismo mas foram figuras características e típicas de Alpiarça. Se não são dignos de serem homenageados então que se arranje uma rua cujo nome recorde no futuro as “Figuras Típicas de Alpiarça”

Anónimo disse...

Sugiro o seguinte: que sejam dados os nomes de todos os ex presidentes da Câmara a ruas de Alpiarça para que se memorize quem governou a nossa terra, pouco interessando que opções politica tinham ou a quem serviram. Todos eles tomaram, bem ou mal, conta do destina desta terra

Anónimo disse...

tudo comentarios muito engraçados e até poderiam ser levados mais ou menos a sério, nao fosse serem feitos a coberto do anonimato e pseudonimos.
Com a luta destes homens não se brinca.
Voves nem coragem têm par ase identificarem, quanto mais criticarem quem lutou pela vossa liberdade...
tristes comentaristas frustrados

Anónimo disse...

o ultimo comentarista serve para ele o que disse aos outros, assine tambem, ou nao vale de nada o seu comentario

Anónimo disse...

Aí vem a exaltação das massas à boa maneira do regime soviético.Meus caros, as prioridades neste momento são outras. O que está em causa é o presente e o futuro. Os vivos e os que estão a nascer precisam de todas as vossas forças e empenho para criar um Concelho e um Mundo melhor. A história é importante que seja escrita para as gerações futuras a conhecerem. No entanto, com recursos limitados (financeiros e humanos)seria bom que os aplicassem em quem mais precisa. Um funcionário que está a tratar de uma homenagem, não está a tratar de tapar um buraco...

Anónimo disse...

Não sei quem é nem me interessa saber quem é, pessoalmente e socialmente, este senhor S. Simões.
Mas decerto se conheceu Carlos Pinhão não teria sido por o odiar, ou talvez não,quem sabe, mas por odiar as idéias que este sacrificado sofreu por defender o que pensava em defesa dos que S.Simões pisava. Carlos Pinhão não merecia ser assim ofendiddo por alguem que não tem vergonha de tentar diminuir uma personalidade e uma memória que decerto sempre esteve do outro lado do muro onde este S.S. se esconde.
Ant. Miguel dos Santos