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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Será mesmo que dói «tanto provincianismo» ou são as pessoas que fazem para doer?...

E dói!
Afinal como disse o Eça, não são só os socialistas.
Segundo Eça, os comunistas também o fazem e, de que maneira….
Esquece-se o comentarista de que os comunistas também fazem exactamente a mesma coisa.
A diferença é que é em pequena escala, porque felizmente ou infelizmente, ainda não conseguiram ser poder, salvo nos tempos do PREC.

Será mentira?

Então comece pela Câmara de Alpiarça e depois subindo os patamares dos caminhos da política, verá que no fundo são todos iguais.
Pena as pessoas só verem para o lado que lhes convêm.
O comentarista deve-se esquecer como era o sistema quando a CDU esteve na Câmara de Alpiarça. Estava tudo minado pelos homens da esquerda autoritária.
E no presente, com a eleição de Mário Pereira, deverá omitir-se os lugares de quem os está a omitir?

Sendo assim, devo relembrar o comentarista ( usando as suas palavras) que:

«Temos um Partido Socialista (leia-se CDU) que, no governo, distribui tachos e benesses pelos que cegamente o defendem, sem qualquer espírito crítico, como convém»;

Ah, se o Eça de Queirós ainda por cá andasse…


«O Governo (a Câmara) pois nomeia os seus deputados (Assessores e outro pessoal de confiança). Estes homens são, naturalmente e logicamente, escolhidos entre os amigos dos ministros (do Presidente da Câmara). Por dois motivos:
1º Porque a amizade supõe identidade de interesses, confiança inteira.
2º Porque sendo a posição de deputado ociosa e rendosa, é coerente que seja dada aos amigos íntimos – àqueles que vão ao enterro dos parentes e trazem o pequerrucho da casa às cabritas. Os amigos dos ministros (Presidente da Câmara) são, naturalmente, os primeiros escolhidos. Para completar o número de uma maioria útil, estes amigos, mais em contacto, indicam depois outros, seus parentes que procuram colocar, ou seus aderentes que querem utilizar.Lentamente a lista da maioria vai-se formando em Lisboa (Alpiarça). Os pretendentes são numerosos. Os amigos íntimos agitam-se em volta do ministro (Presidente), como um bando de pardais em torno de um saco de espigas. Um tem um primo que casou; outro sabe de um folhetinista com talento e língua fácil; outro quer um cunhado; outro deseja um homem a quem deve uns centos de mil-réis (mas dispensa a candidatura para esse ladrão, se o ministro fizer esse ladrão recebedor de comarca)... Queirós Junho 1871).»

Como pode ver, caro comentarista, basta mudar os nomes, lugares ou posições ao texto que escreveu ( citando o Eça) e vai dar tudo ao mesmo.

Então para que criticar os outros (Sónia Sanfona) quando na verdade são todos iguais?

Termino, dedicando-lhe, as palavras suas que escreveu no seu texto, que em abono da verdade está espectacular (para seu agrado):

«A gente compra, mas não paga! Que bela herança moral que os mais novos recebem desses comportamentos».

Bem prega "Frei Tomás"!

De um democrata

1 comentário:

Anónimo disse...

O auto-intitulado "Democrata" não só está equivocado, como não leu Eça de Queirós.
Ora vejamos:
Primeiro, Eça de Queirós nunca falou em comunistas, mas criticou corrosivamente os partidos que sempre ocuparam (e mal...tal como hoje) a cadeira do poder;
Depois, os comunistas não estiveram no governo, nem no PREC, porque nessa altura, se a memória não me falha estavam lá todos os partidos;
Não há escala possível entre as trapalhadas das nomeações a que estamos a assistir na formação do suposto novo governo para compensar os amigos que não encontraram lugares em sede de eleição com o actual executivo da Câmara municipal porque este foi eleito pelo povo;
Não esqueça que muitos trabalhadores do quadro da Câmara que manifestam simpatia pelo PS ingressaram na carreira no tempo da CDU;
No tempo da CDU nenhum trabalhador foi perseguido e/ou afastado por não partilhar as mesmas ideias de quem governava a Câmara - o que seguramente não foi o caso nos 12 anos de governação socialista;
Finalmente, gostava de lhe dizer que, apesar do convite da CDU, as actuais vereadoras socialistas recusaram qualquer pelouro no Executivo da Câmara; que o PS recusou integrar a mesa da Assembleia; e recordar-lhe por fim que um membro da oposição integra o Executivo da Junta de Freguesia. Como vê senhor "Democrata", a forma de governar da CDU é francamente mais aberta e mais democrática do que os anteriores que evidenciaram um comportamento sectário, desconfiado, que afastaram pessoas pelo simples facto de não integrarem a "família" socialista. Estes exemplos não são opiniões apenas, são factos e contra factos não há argumentos.
Aliás se estiver de boa-fé não poderá acusar o actual Presidente da Câmara, nem os actuais vereadores (esses sim, eleitos com o voto popular e não nomeados pelo governo e isto faz toda a diferença) de intolerância, até porque toda a gente os conhece. Basta reler o discurso proferido pelo Dr. Mário Pereira na sua tomada de posse.
Por último, aproveite a quadra natalícia para fazer uma revisão nas suas leituras e compre umas “Farpas” do Eça, particularmente o “Conde d’Abranhos” e não só entenderá como concordará comigo quando eu digo que tanto provincianismo até dói.
Bem-haja.