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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ministro da Agricultura quer saber situação da fábrica de leite de Alpiarça

O ministro da Agricultura convocou os representantes do comércio, das grandes superfícies e da empresa de transformação de leite de Alpiarça, Renoldy, para saber o que se passa com esta fábrica. Que comunicou aos produtores que a partir de 15 de Julho vai deixar de adquirir leite acusando as grandes superfícies de reduzirem as encomendas.

“Vamos verificar quem tem razão, se a empresa, que diz que não consegue vender o leite, se as grandes cadeias”, devido às diferenças de preço, explicou. “É um problema eminentemente de mercado, não de ajudas. Nós não podemos dar ajudas à comercialização”, acrescentou o ministro.
O que parece uma situação de dificuldades da empresa, pode ser também uma manobra para reduzir a capacidade de produção.
A Sonae diz em comunicado que desde que a Renoldy, que tinha capitais espanhóis, foi comprada pela portuguesa Lactogal, que tem vindo a ser reduzida à dimensão mínima. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição diz mesmo que a empresa foi comprada há dois anos com o objectivo de “eliminar um concorrente”. A Sonae revela que já fez uma denúncia à Autoridade da Concorrência realçando que esta situação e os “impactos originados no sector são causa de grande preocupação”.

Quando o grupo que detém a Lactogal comprou a empresa espanhola detentora da Renoldy em Portugal a autoridade impôs que esta fosse posteriormente alienada por uma entidade independente e até lá ser informada da evolução das vendas, entre outras informações.
Na carta que enviou aos produtores, a administração da fábrica de leite que não tem marca própria e trabalha com marcas brancas da grande distribuição (hipermercados) refere que nos primeiros quatro meses do ano o Modelo e o Continente compravam cerca de três milhões de litros por mês e que no mês de Maio baixou para 2,7 milhões. Em Junho, afirma a administração da fábrica, o grupo não comprou qualquer quantidade de leite da marca “E”.

Mas a Sonae garante que não interrompeu as compras e que só não adquire mais devido à falta de capacidade de resposta, realçando que durante este ano a fábrica só entregou 76 por cento das quantidades encomendadas. E acrescenta que foi definido um programa que consiste na disponibilização nos seus hipermercados de um cabaz de produtos básicos no qual consta o leite e que foi contactada a Renoldy para ser parceira no projecto.
Mas, justifica, a empresa de Alpiarça declinou com o argumento “de não dispor de capacidade instalada suficiente para responder às necessidades da Modelo Continente.
«O Mirante»

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