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sábado, 18 de abril de 2009

Algumas das novas ruas de Alpiarça possuem nomes de pessoas que pouco ou nada fizeram por Alpiarça.

Exemplificamos as ruas: Salgado Zenha e António Spínola. O primeiro foi um advogado e politico que se tornou célebre por ter defendido nos tribunais a causa de um grande empresário; o segundo, um militar com destaque na Guiné, quando no desenrolar da "Guerra do Ultramar" e um papel controverso no "25 de Abril".

A atribuição dos seus nomes a ruas, mais não foi do que uma decisão politica ou desconhecimento de quem indicou os nomes para identificar ruas alpiarcenses, porque os nomes atribuídos poucas ou nenhumas referências tem para com Alpiarça.

Outros nomes existem que deixam muito a desejar e que às vezes até levam a crer que são atribuídos num critério como aqueles das entregas de medalhas a algumas pessoas sem destaque nenhum e que pouco ou nada contribuíram para o progresso de Alpiarça e muito menos história fizeram.

Critérios duvidosos que fazem com que alguns responsáveis autárquicos, que nem de Alpiarça são naturais, desconhecedores do passado alpiarcense mas tem o poder de atribuir medalhas sem justificação. Muitas vezes até a pessoas, que pouco tempo depois quase estão falidas . Outro nomes que poderiam memorizar o passado de figuras alpiarcenses são simplesmente esquecidas.

Salientamos dois nomes: o falecido Joaquim Gameiro. Um homem que nas décadas de 50/60 fez desenvolver uma pequena industria de serralharia civil para se tornar num grande fabricante de reboques para tractores e alfaias agrícolas. Ainda hoje podemos ver a circular pelas ruas alpiarcenses alguns reboques marca "Gameiro". Nesta grande serralharia, praticamente aprenderam os actuais serralheiros a sua profissão.

Temos também o falecido António da Silva Flor. Outro homem que muito fez por Alpiarça sem pedir nada em troca, ao contrário dos últimos agraciados com medalhas pelo Município que têm levado a sua vida a ganhar dinheiro.

António Flor, também conhecido por "Tó Flor" fez pela cultura alpiarcense aquilo que poucos conseguem fazer: foi o mentor durante anos da "Festa da Vindima". Trazia anualmente os melhores artistas a Alpiarça com preços mais baixos do mercado; conseguiu trazer artistas a troco de um garrafão de vinho (caso de Simone de Oliveira.

Tudo para conseguir obter receitas para a Santa Casa da Misericórdia de Alpiarça. Criou o Grupo Cénico de Alpiarça, grupos de teatro e fundou o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça, tornando este rancho o "Embaixador de Alpiarça". Estas actividades são uma pequena amostra daquilo que "Tó Flor" fez. Outros ilustres alpiarcenses poderíamos destacar.

Os anteriores e actuais autarcas devem ter alguma alergia à "História de Portugal" porque Alpiarça é o único concelho que não tem registado nas suas ruas os nomes de qualquer rei, parecendo assim que é vergonha haver ruas com nomes dos nossos Reis mas já não é vergonha colocar nomes de pessoas que nada fizerem por Alpiarça como são os que já mencionamos.

Temos outra rua com o nome de um grande proprietário agrícola que teve uma missão no cooperativismo de Salazar mas que nenhuma obra deixou para ficar na história alpiarcense.

Aberrações que em nada dignificam as pessoas que propõe os nomes às ruas como não são capazes de justificar perante a população as razões porque o fizeram. Até de figuras típicas não reza a história, como se estas fossem de outro planeta.

Com esta gente empoleirada no poder, desconhecedor das raízes alpiarcenses, naturais de outros concelhos, estamos todos nós entregues e sujeitos às suas decisões, porque como eleitos que foram julgam-se donos absolutos daquilo que nem sequer os viu nascer.

Como nota final não queremos deixar de acrescentar, que não é vergonha nenhuma fazer recordar numa qualquer lápide de uma rua os nomes de militares falecidos na "Guerra do Ultramar" como já fez o vizinho concelho de Almeirim. É bonito e honroso glorificarmos o nome dos "filhos da terra" que morreram na guerra.

Devemos-nos orgulhar deles!

Nem que seja para relembrar às gerações vindouras, que dezenas de jovens alpiarcenses participaram numa guerra injusta e sem qualquer sentido.
António Centeio






























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